Um Salvo em Cristo, que já foi perdoado por todos os seus pecados, tem liberdade para continuar pecando?

09/02/2023 20:26
Todo aquele que permanece nele não vive pecando; toda pessoa que continua no pecado não o viu, nem tampouco o conheceu. - 1 João 3:6
A partir do momento que reconhecemos a Cristo como o nosso Salvador, que nos libertou da morte para a vida e que nos concedeu através de seu sacrifício o perdão de todos os nossos pecados, passados, presentes e futuros, passamos a desfrutar de uma nova vida como Filhos de Deus nascidos de novo, que desfrutam da certeza da eternidade no Reino que o próprio Deus preparou para nós desde o princípio. (Mateus 25:34) 
Assim sendo, somos considerados santos por Deus e a culpa não pesará mais sobre nós. (Romanos 3:23,24) Mas isso significa que então podemos viver como bem quisermos, fazendo todas as nossas vontades sabendo que Cristo já nos perdoou? 
A resposta é não.
Até podemos, pois possuímos livre arbítrio para isso, mas não espere que alguém na condição de salvo viva em paz se entregando ao pecado. O cristão, quando peca, ofende o Espírito Santo que habita nele e isso lhe traz amargura e grande sentimento de culpa e tristeza, e apesar de Deus nos ter poupado da condenação eterna e do grande juízo através da Graça (João 3:18), Ele não se deixa escarnecer e não nos poupa das consequências de nossos atos (Gálatas 6:7-8). Devemos entender que a salvação é uma graça que uma vez concedida não se perde mais, independente do que fizermos, (João 10:28), pois é obra do próprio Deus através de Cristo, que veio ao mundo para salvar pecadores (1 Timóteo 1:15), mas a Salvação exige de nós obediência como forma de reconhecimento pelo que Cristo passou para nos salvar (1 Pedro 2:24), como forma de nos santificarmos em boas obras afim de obter o nosso galardão quando ingressarmos no céu (Romanos 2:6) (Apocalipse 22:12) e como forma de demonstrar nosso amor para com o Pai, pois fomos por Ele eleitos para a salvação (Efésios 1:4). Deus sempre está disposto a nos perdoar quando pecamos e nos trata como seus filhos amados, pois todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus (1 João 4,2), pois Cristo já pagou até pelos nossos pecados futuros, mas como prova de seu amor nos disciplina através de problemas, tribulações e infortúnios com o propósito de moldar nosso caráter e nos fazer crescer espiritualmente para desfrutarmos de suas bençãos e para que quando ingressarmos no céu, estejamos o mais semelhante possível de Cristo Jesus. 
Mas caso o cristão, ciente da salvação da graça através do Espírito Santo, decidir se entregar a uma vida de pecado, terá que arcar com o peso das consequências de seus pecados e talvez para a vida toda (Gálatas 6:7-8), e ainda poderá ser disciplinado mais rigorosamente por Deus (Hebreus 12:6), sendo este tratado como o cavalo ou o burro, que não têm entendimento mas que precisa ser controlado com freios e rédeas, caso contrário não obedece (Salmos 32:9). E enquanto o cristão não se arrepender e confessar os seus pecados, viverá o infortúnio de não desfrutar da comunhão com Deus, afundando-se em profunda tristeza por ofender o Espírito Santo que habita nele (Salmos 32:3-5). Quando uma pessoa se converte verdadeiramente a Cristo, ela recebe o Espírito Santo para guiá-la nesta vida de modo a viver de acordo com a vontade de Deus (Gálatas 5:24,25) e deverá buscar uma vida de santidade e justiça para que Deus possa honrá-la e abençoá-la (2 Timóteo 3:16). Simplificando, a pessoa convertida morre para o pecado e recebe uma nova vida através de um novo nascimento por Cristo Jesus, tomando a sua cruz e buscando viver em santidade como forma de agradar e louvar aquele que tomou sobre si nossos pecados e nos purificou de toda injustiça. (Romanos 5:9,11) (1 Pedro 4.1) (1 João 1:9)
Na condição de salvos, devemos honrar aquele que nos salvou, produzindo bons frutos para sua obra. Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei. Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito. (Gálatas 5:22-25)
A verdadeira conversão traz pelo menos duas verdades em nosso coração:
1 - Tudo o que Jesus pereceu e sofreu na cruz era penalidade nossa, não dele. Fomos nós que pecamos e por essa razão, merecemos a condenação eterna. Mas Deus nos amou tanto que deu seu Filho Unigênito para pagar a dívida de nossas transgressões através de seu sangue. O pecado para ser pago exige sangue e o sangue que foi derramado para nos absolver foi o do próprio Filho de Deus, o próprio Deus vivo. Esta é primeira verdade que o Espírito Santo nos concede. (João 3:16) (Romanos 3:23,24).
2 - Que nascemos de novo. (2 Coríntios 5:17) Que passamos de filhos da ira para filhos de Deus. De seus inimigos para membros do corpo de Cristo como Igreja. E que diante disso, não mais pertencemos a nós mesmos, mas a Deus e que devemos considerar nossa carne morta para as coisas deste mundo para viver e andar em Espírito, servindo assim de testemunhas do seu amor e de sua misericórdia. (Efésios 2:1-10) (1 Coríntios 6:19,20) 
Dada estas verdades em seu coração, tudo o que você não vai querer será desagradar ao Senhor se entregando à prática do pecado demasiadamente; pelo contrário, você vai querer fazer de tudo para agradá-lo e não se enquietará caso esteja sentindo que não está tendo êxito em agradar ao Senhor por meio de suas obras, pois o Espírito Santo que agora habita em você te torna ciente do quanto Deus te ama como filho e do quanto Cristo sofreu para te salvar e te purificar. Por esta razão, uma vida obediente a Deus poderá sim exigir sacrifícios, mas será motivo de alegria e gozo para a alma e para o coração, pois a santificação nos aproxima de Deus de tal forma que passamos a desfrutar de suas bençãos, de sua presença e o mais importante, de sua comunhão, um privilégio que consideramos maior do que todas as benesses que o mundo pode oferecer. A santificação é trabalhada através da oração e do estudo da Palavra, a qual demandará tempo e esforço, mas grande júbilo espiritual. E para alguém que foi salvo e perdoado de seus pecados, a alegria de desfrutar de um relacionamento íntimo com o Senhor é capaz de exceder qualquer alegria momentânea deste mundo e mesmo as tribulações se tornam deleite para o cristão (2 Coríntios 12:10). Para desfrutar de uma vida plena com Deus, o cristão deve sempre confessar seus pecados para obter o perdão paternal, pois apesar de estarmos salvos, ainda somos passíveis de pecar, contudo, independente do que o cristão convertido faça, este nunca mais perderá a salvação, pois a salvação é uma graça concedida a todos aqueles que creêm em Cristo como seu Salvador. 
Ainda que esteja salvo, o cristão ainda se encontra passível de pecar, pois apesar de seu espírito ter sido restaurado, o corpo em que habitamos nesta terra ainda se encontra no mesmo estado de queda e vulnerável a tentações, contudo, o Espiríto Santo sempre oferece o escape frente a uma tentação, oferecendo meios para que resistemos às tentações e não pequemos (1 Coríntios 10:13), mas se pecarmos, temos um advogado que é o próprio Cristo (1 João 2:1,2) e o Espírito Santo, que trabalhará em nosso coração o arrependimento para que confessemos o pecado cometido afim de obter o perdão paternal de Deus e a restauração da comunhão, já que o perdão judicial já foi concedido na cruz por meio do próprio Filho. 
E apesar de ainda sermos passíveis de cair em algum pecado, aquele que está em Cristo não pode viver pecando, pois o pecado não apenas entristece a Deus como também ao próprio Cristão (1 João 3:6) que tem o Espírito Santo habitando nele. Portanto, a decisão de não mais viver em pecado e buscar ao Senhor é uma decisão do próprio Espírito Santo que habita em nós e quando realmente entendemos a profundidade do sacrifício de Cristo para nos salvar, passamos a ter aversão ao pecado e buscamos assim uma vida de santificação de forma a gerar bons frutos para o Senhor e de ser instrumento de suas obras. 
Porque outrora vocês eram trevas, mas agora são luz no Senhor. Vivam como filhos da luz, pois o fruto da luz consiste em toda bondade, justiça e verdade; e aprendam a discernir o que é agradável ao Senhor. (Efésios 5:8-10)
Fiel é Deus, o qual os chamou à comunhão com seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor. (1 Coríntios 1:9)
Ao compreender o imenso amor que Deus tem por seus filhos, Ele não se privará de castigar quando necessário aquele que decidir se desviar das boas obras que o próprio Deus o preparou (Provérbios 13.18) (Provérbios 13.24). Pois todo aquele que se converte, é predestinado para as boas obras (Efésios 2:8-10) e para que sejamos santos e irrepreensíveis em sua presença (Efésios 1:4).
Por último, é importante ressaltar que como Salvos em Cristo, vivemos para Cristo, não pertencendo mais nós a nós mesmos (1 Coríntios 6:19,20). Assim sendo, prestaremos contas a Deus de tudo o que fazemos e cada um receberá a recompensa que lhe cabe. (Romanos 2:6) (Romanos 14:7-12).
Se você escolheu uma vida gerida pelo Espírito Santo em Deus, receberá bençãos e alegrias, mas se você optou por uma vida de correção e repreensão, não perderá a salvação, porém viverá infortúnios e amargas tristezas que poderão acarretar em consequências irreversíveis em sua vida terrena, portanto, se você foi salvo, certamente você vai querer agradar a Deus para desfrutar de sua paz e de sua comunhão. 
 
Texto: Ramon Ribeiro
Para entender mais:
 
Mário Persona - Posso viver despreocupado com o pecado?
 
John Piper - Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado
 
 

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