A REVELAÇÃO DA GRAÇA DE DEUS
Existe um ponto onde Deus e o homem têm de encontrar-se, quer seja em graça ou em juízo, e esse ponto é onde ambos são revelados como são. Feliz daqueles que alcançarem esse ponto em graça. Ai daqueles que tiverem que o fazer em juízo! É com aquilo que somos que Deus trata; e é como Ele é que trata conosco. Na cruz vejo Deus descendo em Graça às profundidades, não apenas da minha situação negativa, mas também da positiva como pecador. Isto dá paz perfeita. Se Deus me encontrou, na minha condição de pecador, e fez provisão de um remédio apropriado, tudo está eternamente liquidado. Porém, todos quantos não vêem deste modo, pela fé, Deus, na cruz, terão de encontrá-LO, mais tarde, em juízo, quando Ele tiver de tratar, de conformidade com o que Ele é, do que eles são.
Logo que o homem chega ao conhecimento do seu verdadeiro estado não pode encontrar descanso até achar Deus, na cruz, e então descansa no Próprio Deus. Ele é, bendito seja o Seu nome, o repouso e esconderijo da alma crente. Isto põe as obras e a justiça humanas, imediatamente, no seu próprio lugar. Podemos dizer, em verdade, que aqueles que descansam em tais coisas não podem possivelmente ter chegado ao verdadeiro conhecimento de si próprios. É inteiramente impossível que uma consciência divinamente vivificada possa descansar em coisa alguma salvo no sacrifício perfeito do Filho de Deus. Todos os esforços para confirmar a justiça própria devem proceder do desconhecimento da justiça de Deus. Adão podia compreender, à luz do testemunho divino, no tocante "à semente da mulher", a inutilidade do seu avental de folhas de figueira. A magnitude daquilo que tinha de ser feito provou a impossibilidade absoluta do pecador para o fazer. O pecado tinha que ser tirado. Podia o homem fazer isso? Não, foi por ele que o pecado entrou no mundo. A cabeça da serpente tinha de ser esmagada. O homem podia fazer isso? Não, ele tinha se tornado escravo da serpente. As reivindicações de Deus tinham de ser satisfeitas. Podia o homem fazê-lo? Não, ele tinha-as já calcado aos pés. A morte tinha que ser abolida. Podia o homem fazer isso? Não, ele tinha-a introduzido, com o pecado, e dera-lhe o seu terrível aguilhão.
Assim, seja qual for o modo de encarar o assunto, vemos a importância completa do pecador e, como uma consequência, a loucura insolente de todos que procuram ajudar Deus na obra estupenda da redenção, como certamente fazem todos os que pensam que podem ser salvos de qualquer outro modo que não seja "pela graça, mediante a fé".
Trecho extraído do livro do: ESTUDOS SOBRE O LIVRO DE GÊNESIS da série de notas sobre o PENTATEUCO de C. H. MACKINTOSH