Até que haja confissão de pecado, e não meramente de um pecado, não há perdão. Encontramos Davi no Salmo 51, quando ele estava confessando seu pecado, dizendo: “Eis que fui formado em iniquidade; e em pecado me concebeu minha mãe”, etc., não meramente eu fiz esse mal em particular; que ele faz (vers. 1-4); mas ele reconhece a raiz e o princípio do pecado. Quando nossos corações são levados a reconhecer a mão de Deus, não é meramente, então, uma questão de qual pecado em particular, ou de qual iniquidade em particular pode precisar de perdão; Deus trouxe a alma, através da obra de Seu Espírito sobre ela, para detectar o princípio do pecado, e então há confissão disso, e não meramente de um pecado em particular. Há então restauração positiva da alma.
Agora, isso é algo muito mais profundo em suas consequências práticas, e nas relações do Senhor com relação a isso, do que somos capazes de supor. Livre da escravidão das coisas que impedem sua relação com Deus, a alma aprende a se apoiar em Deus, em vez daquelas coisas que, por assim dizer, tomaram o lugar de Deus. “Por isso, todo aquele que é piedoso orará a ti no tempo em que podes ser encontrado; certamente nas correntes de muitas águas não chegarão a ele. Tu és o meu esconderijo; tu me preservarás da angústia; tu me cercarás com cânticos de libertação” (Salmo 32). Aí está sua confiança.
Muitas vezes somos como o cavalo, ou a mula, cada um de nós — e isso, porque nossas almas não foram aradas. Quando há algo em que a vontade do homem está em ação, o Senhor lida conosco, como com o cavalo ou a mula, nos segurando. Quando cada parte do coração está em contato com Ele, Ele nos guia com Seu “olho”. “A luz do corpo é o olho; portanto, quando o teu olho é bom, todo o teu corpo é luminoso; mas, quando o teu olho é mau, também o teu corpo é tenebroso. Portanto, toma cuidado para que a luz que em ti há não sejam trevas. Se, pois, todo o teu corpo for luminoso, não tendo parte alguma em trevas, todo será luminoso, como quando a luz de uma candeia te ilumina” ( Lucas 11:34-36 ). Quando há algo em que o olho não é bom, enquanto este for o caso, não há livre comunicação de coração e afeições com Deus; e a consequência é que, nossa vontade não sendo subjugada, não somos guiados simplesmente por Deus. Quando o coração está em um estado correto, todo o corpo está “cheio de luz”, e há a rápida percepção da vontade de Deus. Ele apenas nos ensina por Seu “olho” tudo o que Ele deseja, e produz em nós rapidez de entendimento em Seu temor ( Isaías 11:3 ). Esta é a nossa porção, por termos o Espírito Santo habitando em nós, “rápidos de entendimento no temor de Jeová”, corações sem nenhum objeto, exceto a vontade e a glória de Deus.
J N Darby
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