Para isso, trazemos dois textos de dois irmãos em Cristo como exortação aos crentes que vivem na expectativa da vinda do Senhor.
A cruz, como o meio pelo qual os pecados foram afastados, é, naturalmente, valorizada por todos os verdadeiros crentes, e nesse sentido eles podem e se gloriam nela. Mas Paulo se gloriava nela por outra razão, e viu na morte de Cristo outro aspecto. Para ele, essa morte não era apenas libertação dos pecados, mas libertação "deste presente século mau". Para ele, a cruz não era apenas o lugar onde o pecado havia sido julgado, mas o meio pelo qual "o mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo". Ele viu na morte de Cristo a morte de todos, "Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou".
Que separação completa do mundo, que devoção completa a Cristo, vemos aqui! Á luz das próprias palavras de Cristo, é assim alguém que percebe o lugar que ele é responsável por ocupar neste mundo. Não deve haver uma separação completa de coração e sentimento entre o servo que está verdadeiramente se ocupando por Cristo, e o mundo que O rejeitou? "Que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?"
T. B. Baines
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A. J. Pollock comenta:
Será que fará diferença no quê um cristão acredita em relação à política? Antes de mais nada, um cristão nunca deveria ser um político. Por duas vezes o Senhor afirmou daqueles que são seus: "Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo... Não são do mundo, como eu do mundo não sou." (Jo 17:14, 16).
Se fosse certo para um cristão ser político, o Senhor, nosso grande exemplo, teria sido um político. Pelo contrário, quando solicitado a fazer um julgamento, ele respondeu: “Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós?” (Lc 12:14). Se fosse certo para um cristão ser um político, deveríamos ter visto os apóstolos servido-nos de exemplo nesse sentido. Nem por exemplo, nem por preceito, existe nas Escrituras qualquer palavra para encorajar o crente a ser um político.
No Antigo Testamento, onde a dispensação era diferente, havia instruções para o ofício de um rei, mas no Novo Testamento, enquanto há instruções de como o cristão deve obedecer aos regentes, não há uma única linha sobre como ele deve reger. O cristão deve "honrar o rei", mas não há instruções de como se comportar como rei. Ali nos diz para “obedecer aos magistrados”, mas não há instruções de como cumprir o ofício de magistrado. Temos a exortação: “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores” (Rom. 13:1), e isso numa época quando o imperador romano era Nero, um monstro de iniquidade. No entanto, não há uma linha de instrução para os cristãos quanto a governar.
O silêncio da Escritura é tão poderoso quanto seu discurso. O cristão não é exortado a remediar abusos neste mundo. "Deixa aos mortos o enterrar os seus mortos; porém tu vai e anuncia o reino de Deus." (Lc 9:60), foi o comentário afiado do Senhor para um que declarou que seria seu discípulo, mas que desejava colocar o enterro de seu pai antes do discipulado. O cristão tem a ver com o Reino de Deus, porém seu tempo de reinado ainda não chegou.
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