O Dia Depois de Amanhã: A Ciência Salva Vidas, o Negacionismo Mata

 
Mudanças climáticas, onda de calor no norte, frio intenso no sul, pandemia... Quais são as referências com nossa realidade trazidas por uma obra de ficção científica voltada ao entretenimento?
 
O filme já não é mais novo, mas quem poderia adivinhar que a obra envelhecesse tão bem e que até se tornasse um objeto de autocrítica e conscientização no atual momento em que vivemos? Se hoje vivemos uma drástica crise climática em meio a inúmeras previsões alarmantes acerca do destino do planeta, não foi por falta de aviso, mas por indiferença e principalmente por negligência.
O hemisfério norte sofre nestes dias recorrentes, uma onda de calor extrema e avassaladora. Sim. Países tipicamente frios como Canadá, Reino Unido, Rússia e Estados Unidos estão sentindo na pele os efeitos da mudança climática no planeta.
Moscou, por exemplo, vive a maior e mais forte onda de calor dos últimos 120 anos. A capital russa registra termômetros na faixa dos 35 graus, sendo a primeira vez na história do país registros de temperatura tão altos nesta época do ano.
Na América do Norte, a situação também é alarmante. O Canadá experimentou nesta última terça-feira (29), a temperatura mais alta de todos os tempos: 49,6 graus Celsius. Ambos os países registram em média de 20 a 30 graus no verão anualmente e estudantes e pesquisadores já afirmam que esta mudança climática radical é preocupante. Como se não bastasse, o forte calor também atingiu regiões da Sibéria, acima do Círculo Polar Ártico e no Alaska, houveram registros de terremotos de gelo, com temperaturas chegando a 33,3º C.
 
Diante de tudo isso, é possível traçar um paralelo com o filme de 2004 “O Dia Depois de Amanhã” (The Day After Tomorrow). Obviamente pelo fato de se tratar de uma produção hollywoodiana voltada para o entretenimento do gênero ficção científica, não devemos encará-la como um filme profético, pois isto não corresponderia ao fim que a obra se propôs. Ainda assim, o filme ascende no espectador o sinal de alerta referente às mudanças climáticas e seus danos futuros para a civilização, a economia e para os países do mundo.
O filme ilustra um cenário caótico causado pelo aquecimento global já em seus primeiros minutos após a aparição do título. O enredo traz o climatologista Jack que em uma expedição na Antártida, conclui que o derretimento do gelo polar interrompeu a corrente do Atlântico Norte. Ao apresentar esta teoria em uma conferência da ONU, acaba não convencendo os diplomatas e acaba irritando o vice-presidente dos Estados Unidos, que nega a gravidade do problema. Porém, o professor Terry Rapson, da Escócia, aprova sua teoria e diz que as várias boias no Atlântico Norte apontam uma queda acentuada na temperatura do oceano. Jack, ao detalhar e comprovar sua teoria, chega à conclusão que seu modelo climatológico é o mesmo das mudanças climáticas causadas na primeira Idade do Gelo. Isso lhe causou um choque, pois ele pensava que esta mudança levaria centenas ou milhares de anos para acontecer.
A ciência pode errar, mas ela sempre admite o erro em sua busca incessante pela verdade. Logo, a natureza já dá sinais de mudanças drásticas. As aves todas migram para o sul, o céu do Nova York fica escuro e violento, chuvas de pedra enormes atingem várias regiões, furações e tornados devastam cidades e logo em seguida, um enorme tsunami engole a ilha de Manhattan, matando milhares de pessoas. O caos havia se instalado e os cidadãos sobreviventes foram forçados a ficar dentro de casa aquecidos, lutando contra o enorme frio. Diante do caos, Jack reforça a importância de uma evacuação de todos os estados no norte para os estados do sul, incluindo o México, mas o vice-presidente Raymond Becker, em mais um ato de negacionismo, rejeita esta medida. Ele só passa a enxergar realmente a gravidade do problema quando a caravana de seu titular é pega pela tempestade, matando-o. Tornando-se o novo presidente, ele age tardiamente.
Já a população sobrevivente, refugiada em uma biblioteca pública, sem saber que decisões tomar, decide por conta própria, sob a liderança de um policial, enfrentar a tempestade para fugir em direção ao sul. Impulsionados pelas massas que são vistas lá fora enfrentando o mar de neve, todos decidem sair. Mas Sam, filho de Jack, foi alertado pelo pai que a tempestade vai piorar e matar quem estiver exposto a ela. O jovem tenta alertar o policial e toda as pessoas, apelando inclusive para o currículo de seu pai, mas o senso comum e o medo acaba falando mais alto e mesmo assim, a maioria decide arriscar. A ciência os salvaria, mas o desespero e o egoísmo significavam a morte certa.
Apesar de ser uma produção de gênero ‘ficção e apocalíptica’, “O Dia Depois de Amanhã” de Roland Emmerich, é muito diferente de “2012” por exemplo, do mesmo diretor. Enquanto um filme se baseia em uma suposta crença ou teoria de um povo já extinto, o outro trabalha com maestria um cenário de fim do mundo baseado em problemas reais e ameaças reais. Ameaças concretas e já comprovadas que só um negacionista ousaria dizer que é conspiração.
É possível coletar do filme muitas referências sociais, políticas e comportamentais referentes ao que estamos vivendo hoje. A crise causada pela pandemia da Covid-19 tem se expandido com força não apenas pela letalidade do vírus, mas também pela negação do problema. Vemos milhares de pessoas ainda se aglomerando, autoridades e figuras públicas negando a eficácia da vacina e um comportamento coletivo de indiferença que permite ao vírus adaptar-se ao nosso território, gerando novas variantes e matando cada vez mais pessoas.
Se o negacionismo mata, a ciência salva vidas. E é incrível como uma obra de ficção científica consegue ser tão certeira nesta premissa. A sétima arte é fascinante quando entretém, mas quando além de entreter, também conscientiza, dá luz a obras atemporais. 
 

De Ramon Ribeiro

Redação Bem Estar Ouro Fino

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